quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O Patinho Feio


Era verão quando nasceu o Patinho Feio. Surgiu de dentro de um ovo tão grande que todos pensaram tratar-se de um ovo de peru que por acaso caíra num ninho de pata.

- Que pato mais feio! - Ouvia ele quando sua mãe o levava pelo quintal. As outras aves riam, caçoavam de seu tamanho e tentavam bicá-lo.

Todos os patos acham aquele patinho branco, muito feio. Não parece pato não! - Dizia uma galinha carijó. O galo então, estava muito admirado do tal patinho.

O patinho feio era desajeitado, como ele só. Não conseguia nadar. Afundava a todo momento.

Os irmãos tinham vergonha dele e gritavam-lhe:
- Vá embora porque é por tua causa que todos estão olhando para nós!

O Patinho Feio, sentia-se tão infeliz e mal querido que resolveu fugir. Atravessou a mata e encontrou alguns patos-selvagens.

- Como você é feio! - disseram-lhe também.

Mas aceitaram sua companhia, contanto que ele jamais se casasse com uma pata-selvagem.

O Patinho Feio não queria se casar. Desejava apenas um lugar para ficar. Decidiu partir novamente, aceitando um convite dos gansos que o chamaram para voar.

- Você é feio demais! - comentaram os gansos.
- Você é tão feio que acabamos gostando do seu jeito.

Mas, antes que o Patinho Feio alçasse vôo, seus novos amigos foram mortos por caçadores e ele se viu só mais uma vez.

No final do outono, o Patinho Feio foi parar na casa de uma camponesa. E de novo foi obrigado a partir. A camponesa desejava uma pata que botasse ovos e não um patinho branco, desengonçado como ele.

Durante o frio do inverno, o Patinho Feio, solitário e desamparado, quase morreu, mas foi salvo por um camponês e sua família. Só que aquele também não se tornaria o seu lar, porque os filhos do camponês nunca paravam de atormentá-lo.

Quando chegou a primavera, cansado e triste, o Patinho Feio avistou as aves mais lindas que já encontrara na vida. Eram cisnes que nadavam num rio.

Aproximou-se e, pela primeira vez, olhou para as águas e viu seu reflexo. Descobriu que era um cisne como eles. Por um instante lembrou-se do tempo em que era maltratado e perseguido. Depois, moveu as asas que brilhavam sob o sol e, também pela primeira vez, sentiu-se feliz.

Oxalá - O grande orixá

Oxalufan (Oxalá velho) era um rei muito idoso. Um dia, sentindo saudades do filho xangô, resolveu visitá-lo. Como era costume na terra dos orixás, consultou um babalaô para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse.

Mas, se o orixá teimasse em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa (pasta extraída do caroço de dendê) e fazer tudo o que lhe pedissem assim como, jamais revelar sua identidade em qualquer situação.

Com essas precauções, o orixá partiu e, no meio do caminho encontrou Exu Elepô, dono do azeite-de-dendê, sentado a beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a Oxalufan que o ajudasse a colocar o pote nos ombros. O velho orixá, lembrando as palavras do babalaô, resolveu auxiliá-lo; mas Exu Elepô, que adora brincar. Derramou todo o dendê sobre Oxalufan.

O orixá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco do limo, vestiu outra roupa e seguiu viagem. Mais adiante encontrou Exu Onidu, dono do carvão e Exu Aladi, dono do óleo do caroço de dendê. Por duas vezes mais, foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo roupas limpas, continuando sua caminhada rumo ao reino de xangô.

Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara Xangô com o animal tempos atrás. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que julgaram-no um ladrão. Sem permitir explicações, e Oxalufan lembrando do conselho do babalaô de manter segredo de sua identidade, nada reclamou...

Eles espancaram o velho ate quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, Oxalá fez com que não chovesse mais desse dia em diante; as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis.

Preocupado com isso, Xangô consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo injustamente. O orixá dirigiu-se a prisão e reconheceu o orixá. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao orixá, como forma de reparar a ofensa cometida.

É por isso que em todos os terreiros do Brasil comemora-se as águas de Oxalá, cerimônia na qual todos os participantes vestem-se de branco e limpam seus apetrechos com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Minha Fé

Eu tenho um santo Padroeiro, poderoso Que é meu pai Ogum
Eu tenho
Tenho outro santo
Que me ampara na descida
Que é meu pai Xangô
Caô
E quem me ajuda
No meu caminhar nessa vida
Pra ir na corrida do ouro
É Oxum, é Oxum
Nas mandingas que a gente não vê
Mil coisas que a gente não crê
Valei-me, meu pai, atotô,
Obaluaê Obaluaê
Por isso que a vida que eu levo é beleza
Não tenho tristeza
Só vivo a cantar, cantar
Cantanto transmito alegria
E afasto qualquer nostalgia
Pra lá, sei lá
E pra quem diga
Que esta minha vida
Não é vida para um ser humano viver
Podes crer
E nas mandingas que a gente não vê
Mil coisas que a gente não crê
Valei-me, meu pai, atotô, Obaluaê


Zeca Pagodinho

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Seja bem vindo 2008


Mais um ano e nós aqui firmes. Cada um com suas crenças, seus sonhos, suas diferenças e tolerância, lutando a seu modo por uma humanidade melhor.

Quero agradecer o privilégio de esta com vocês no mesmo barco celebrando a vida e a tolerância religiosa.
AXÉ!!!!